No dia
seguinte (outra noite em claro, só para constar), veio um médico da equipe de
alto risco falar que estavam estudando meu caso. Fiquei louca! Eu não podia
esperar que estudassem meu caso eternamente. Eles precisavam me dar uma posição
e tinha que ser naquele dia porque minha filha estava em um ambiente seco e
teria problemas pulmonares graves (pelo menos era o que sempre me disseram).
Fiz um escândalo e pedi minha alta. Me arrumei e arrumei minhas coisas, liguei
para o Hospital das Clínicas e me disseram que eu poderia ir lá que mesmo sem
cartão do SUS eles me atenderiam.
Enquanto
aguardava a alta, vieram os coordenadores da equipe de alto risco e me disseram
que a Maria já tinha hipoplasia pulmonar (má formação do pulmão) e que o que eu
queria evitar já tinha ocorrido. Então era melhor manter ela aqui dentro para
ela crescer e engordar. Para me convencer, me pediriam dois exames, uma
ultrassom 3D e um ressonância magnética. Eles marcariam e me dariam alta para
que eu pudesse fazer os exames.
Esperei
então. Queria mesmo fazer esses exames para saber. Chorei muito. Eu queria
tanto que tudo desse certo e nada dava. Não queria perder minha filha.
No dia
seguinte recebi alta. Não estava certa de que era a melhor decisão então fui
direto para o Hospital das Clínicas. Mas não pude ser atendida pois, ao
contrário do que me foi informado por telefone, sem cartão do SUS não me
atenderiam. Então, decidi ir para o Hospital Octaviano Neves.
Mas na
hora meu telefone toca. Uma médica da equipe de alto risco do Vila da Serra me
disse que marcou a ultrassom 3D para o dia seguinte, sábado, às 9:00 horas.
Como já eram 14:00 horas decidimos ir para casa e, se fosse o caso, após a
ultrassom iríamos para o hospital. Aproveitei e fiz meu cartão do SUS.
Chegando
em casa, meu telefone toca. Era da clínica e estavam desmarcando o exame e
remarcado para terça-feira.. Já teria se passado 1 semana sem líquido. Fiquei
muito triste. Por que isso estava acontecendo? Tudo que tentei fazer deu errado.
Todo meu caminho foi sendo desviado. Enfim, não tinha outro jeito, esperei.
Aflita, aos prantos, com coração despedaçado e sem saber se conseguiria voltar
a ter forças. As pessoas falavam que tudo ia dar certo e isso me dava muita
raiva, esse otimismo exacerbado diante de uma situação tão delicada. Naquele
momento eu queria alguém que chorasse comigo e não alguém que tentasse me por
para cima, porque não seria possível fazer isso. Então, me afastei um pouco
porque eu sei que as pessoas queriam me ajudar mas não estavam ajudando!
Terça-feira
chegou e fiz a ultrassom. O médico me disse que a hipoplasia pulmonar ocorre
quando o líquido seca antes das 26 semanas. Que naquele momento o líquido ajudaria o pulmão
a expandir, mas que essa falta de expansão era reversível. Disse que
aparentemente o pulmão estava bom, com volume dentro da normalidade e que havia
movimento respiratório. Fiquei muito feliz.
Ufa, post já está enorme. Vou parar por aqui..Beijos
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