terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Nova Gestação - O parto

Criei um insta do blog, chama Maedeucp. Quem quiser pode me seguir por lá também.

No dia 18 de Outubro de 2016 tive um leve sangramento. Meu médico disse que provavelmente eu tinha perdido o tampão mucoso. Comecei a ter contração bem leve e tomei um remédio para segurar. Faltavam só dois dias para a data marcada. E mais, no dia 18 meu médico não poderia fazer meu parto e eu queria muito que ele fizesse.

Mesmo com remédio as contrações continuaram, então, decidi ir para a casa da minha mãe que é bem perto do Hospital Vila da Serra. No caminho fui marcando as contrações. Vinham de 7 em 7 minutos e duravam 1 minuto Não era forte, parecia uma cólica menstrual.

Na casa da minha mãe fui ao banheiro e ali sim saiu o tampão mucoso. Eu não sabia o que era mas quando saiu eu tive certeza. As contrações passaram a ser de 5 em 5 minutos e eu decidi ir para o hospital.

Fiquei 2 horas esperando o atendimento. As contrações começaram a vim de 3 em 3 minutos e bem mais forte. Eu estava com apenas 3 centímetros de dilatação. De toda forma não poderia ser parto normal porque tinha menos de 2 anos da última cesária. 

Estava na observação esperando quando escuto a enfermeiro no telefone pedindo vaga na utineo da maternidade Otaviano Neves. Mas eu não queria ir para lá. Liguei então para o médico do alto risco e pedi pelo amor de Deus para ele me ajudar. Na mesma hora o meu marido falou para a enfermeira que eu era paciente do Dr. Schneider e que estava conversando com ele. Milagrosamente, a vaga da Maria Júlia surgiu. Graças ao Dr. Schneider, fiquei muito feliz e nem sei como agradecer a ele.

As contrações já vinham de minuto em minuto e agora doíam bastante. Fui para o bloco depois de 4 horas e disse: Deus, que seja feita a Sua vontade. Nasceu minha Maria. Não chorou de início mas depois saiu um chorinho bem fraquinho só para dar um oi. Trouxeram ela para mim, estava roxinha.

Tiveram que entubá-la lá mesmo. Fiquei com coração partido. Quando estavam levando ela, ela abriu os olhinhos. Então, voltaram com ela para que trocássemos nossos olhares.

Quando voltei para o quarto o Daniel me disse que ela não estava bem mas estava nas mãos de Deus. Um hora depois veio uma enfermeira da utineo e pediu para que o Daniel fosse lá. Meu coração despedaçou, sabia que as notícias não eram boas.

Daniel veio e me disse que ela estavam mal, que o coração só batia com massagem, se parasse a massagem, o coração parava. E me perguntou: "Quer que traga ela aqui?" Na hora fiquei tão desnorteada que disse: "Uai, como? Vai trazer com os aparelhos e tudo?". E ele disse: "Não amor, ela está morta. Você quer que traz ela para você ver?" E eu disse que sim.

Ela veio como um anjo, era tão linda. A cara do pai. Loirinha, cabelinho cacheado, nariz pontudinho como o do pai. Uma verdadeira flor, a mais linda de todas. Estava ali como se estivesse dormindo. E foi embora..

Chorei..chorei. Mas quando o meu marido voltou e desabou eu tive que ser forte. Ele sempre foi forte por mim. A dor foi grande, a fé se tornou pequena demais, as conversas com Deus acabaram e um vazio profundo tomou conta de mim.

A Maria foi enterrada e eu não pude ir porque estava internada. Não deu tempo de fazer exames para confirmar a doença mas provavelmente o diagnóstico se repetiu. 

Minha Maria era tão, tão linda.. Como foi amada e desejada. Não tive o mesmo tempo com ela como tive com o Rafa. Não pude falar com ela sobre todo o amor que tinha guardado para ela.. Não pude conhecer todos os detalhes.. Não pude segurar sua mão e dizer que juntas seríamos capazes de vencer qualquer batalha..Não pude...

De novo sai de braços vazios e peito cheio..De novo perdi!!